terça-feira, 6 de dezembro de 2011

É na rua que o homem encontra seus pares

Desde o dia 01 de dezembro a Cia. Madalenas está percorrendo as praças da Região Metropolitana de Belém. Já passamos por Ananindeua, na Cidade Nova 8, num anfiteatro maltratado, com capim tomando conta e utilizado, na maioria das vezes, para abrigar brinquedos infláveis; num outro anfi, sendo este no Park Anne, que fica do outro lado da BR, também Ananindeua, próximo ao Conj. Julia Seffer; a Praça Tancredo Neves, também em Ananindeua, na Cidade Nova 4, que possui um anfieteatro enorme, que usado para jogar bola, venda de comidas tipicas e eventos religiosos. Por último, no domingo, 04/12, realizamos apresentação em Benevides, na programação de natal daquele municipio. O que mais nos chama atenção até agora é forma com esses espaços são utilizados e mais, o desejo das pessoas, que ao termino do espetáculo, vem conversar com a Cia sobre a vontade de fazer teatro e que no municipio pouco se faz. isto nos faz refletir o quanto precisamos aproximar nossa linguagem da periferia, levar para os locais menos assistidos. Não que seremos a salvação dessas pessoas, mas chamar atenção do poder público da sua obrigação em oferecer programações culturais que fujam do mais do mesmo, da cultura de pão circo.

Essa experiencia de nos colocar diante de um público que é diferente daquele que vai a uma sala de espetáculo é I N C O M P A R Á V E L. Diria que é uma extensão do espetáculo. Ao mesmo tempo que é uma farra, festa, balburdia, é antes de tudo o lugar o nde se encontra os iguais: os esperançosos,os sonhadores, os embriagados, os rabugentos, os inquietos, os autenticos. É na rua que nos encontramos e que, ainda que façamos parte de uma Cia. de Teatro, é possível sonhar e acreditar que é possível construir um mundo além do maravilhamento da fantasia. É possível mobilizar e organizar as pessoas para exigirem politicas públicas para a cultura.

Mas comunidades sem encontram verdadeiros Quixotes que duelam com gigantes verdadeiros que se armam de falácias e discussos arrumados, bem como de assistencialismo para disfarsar a cegueira que não se deixa vê além do horizonte.

Nós vamos mudar o mundo? Não, não vamos. Mas algumas pessoas, ah, isso com toda certeza.

Viva o encontro, viva o teatro e viva a vida!

Leonel Ferreira.

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