segunda-feira, 26 de abril de 2010

Opiniões, impressões sobre o espetáculo


A Cia de Teatro Madalenas concluiu a 1ª semana de sua temporada com o espetáculo "Corpo Santo". Gostaríamos de ouvir as impressões, sensações e opinião do publico.
Quem quiser comentar estamos abertos para "ouvi-los!.

14 comentários:

  1. Lindas e Lindos!
    Gostei muito do espetáculo: as músicas muito bem interpretadas e colocadas. O ator tem um desempenho muito bom no espaço, se movimentando lindamente. Senti uma dificuldade de entender algumas falas, ou eram apenas murmurios que eu pensei que eram falas??? talvez. Em resumo: gostei do conjunto, me pareceu harmonioso...

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  2. Se o propósito de assistir ao Corpo Santo fosse apenas o visual, já poderíamos nos chegar à esquina e propagar que estivéramos diante de um grande espetáculo. Ocorre que esse grande não se complementa, pois já é inteiro, mas se suplementa com outro espetáculo, que se divide entre o auditivo (voz, música e instrumentos casados) e as nuances de um texto que nos instiga a decifrá-lo e, como toda grande obra, a revê-lo.
    João Bosco Maia

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  3. Qual é a história dessa peça? tem contraindicação para menores?

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Esse depoimento foi do Edson Fernando. Ele nos enviou por e-mail.

    PARTE 1

    “O CORPO E O SANTO”
    Diante do templo,
    a conversa informal com os amigos ajudava como passatempo
    Até que o momento do ato sagrado tivesse seu início;
    Trivialidades, fofocas, casos comentados e histórias curiosas
    animam e distraem o ambiente ainda tomado pelos ares profanos
    de nossa mais autêntica condição humana;
    Ao fundo um canto distante vai rasgando o espaço;
    varagosamente adentra e silencia nossas vozes vulgares;
    O canto é triste, soa como um lamento, quase um choro incontido
    Cerimonialmente surge o cortejo do Santo:
    A frente, abrindo os caminhos vai a serva com a defumação,
    Três sacerdotisas imponentes vêm logo atrás
    A do meio carrega a Imagem do Santo
    Outros servos seguem logo atrás, quatro ou cinco homens
    Com semblante desconfortável
    A julgar pela fisionomia parecem mais escravos do que servos;
    O cortejo segue em procissão pela frente do templo
    Meu desejo é de juntar-me aquela primeira manifestação do sagrado
    Entoando também o canto lamentoso

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  6. PARTE 2

    Mas isso me fora vedado;
    Antes que pudesse dele fazer parte, o cortejo deu meia volta
    E dirigiu-se para a entrada do templo
    Talvez não estivéssemos preparados ou iniciados para participar da santidade
    Apenas assistir a passagem majestosa das sacerdotisas a carregar o Santo,
    No hall de entrada do templo os gestos de permissão
    Para adentrar no espaço sagrado também me são vedados
    Em virtude da multidão a minha frente;
    Fico frustrado, pois mesmo me esticando para compartilhar
    Daquele solene momento, nada consigo apreender;
    A entrada é liberada
    Mas antes que eu pudesse tocar no solo sagrado
    Uma estranha espécie de guardião do templo
    Recepciona-me estranhamente:

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  7. PARTE 3

    “Bom espetáculo!!!”
    Ao não compreender o sortilégio que me fora apresentado sigo em frente;
    Banhando-me com o perfume da santidade que ali se encontra
    Reforço meu desejo de impregnar-me do sagrado;
    Já no espaço do ritual percebo que nos fora ofertado lugares a margem do ritual:
    Uma espécie de arquibancada nos mantém em distância segura e cômoda;
    Compreendo então que vou assistir e não participar, ou mesmo co-participar;
    Ainda tento saber se é permitido sentar no chão ao redor do círculo gigante
    (mandala da santidade)
    Mas isso também não fora permitido;
    Recolhido a minha condição de expectante sento-me na arquibancada;
    No fundo um gigante altar rompe a escuridão
    De lá vem os sons estupefacientes dos tambores
    e as vozes femininas das sacerdotisas anunciam com solenidade os ritos iniciais;
    a serva da defumação pede licença, adentra na mandala da santidade
    e com um leve bailado vai purificando o espaço,
    elevando com a fumaça nossos desejos de encontro com o santo;
    A imagem do altar me fascina, me seduz,
    Ele está longe, mas consegue me esmagar na cadeira
    A presença das sacerdotisas colocadas ali vai me entorpecendo,
    A ponto deu abstrair quase que completamente os escravos a tocar os tambores;
    Em minha configuração imagética

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  8. PARTE 4

    apenas o enlevo das sacerdotisas e o som dos tambores;
    os escravos estão transmutados nos sons que produzem;
    De repente surge o bailarino esguio
    Passos firme o conduz até a beira da mandala
    Pedindo licença ele penetra no espaço sagrado
    Traz no corpo a marca da santidade impressa nas costelas
    E é delas que nasce sua dança aparentemente disforme e caótica
    Bailando pela mandala ele curiosamente
    insiste em não respeitar a circularidade do espaço,
    nunca nos dá as costas,
    e só raramente podemos observá-lo de perfil;
    instantes de bailando no silêncio até que sua
    estranha e aguda voz irrompe narrando os
    desígnios de Jorge;
    Abstraio a narrativa textual, ela não me seduz e por vez até me incomoda
    Pois sinto que ela oblitera minha conexão com o sagrado,

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  9. PARTE 5

    Com o cerimonioso, com o ritual;
    Abstraindo do inteligível observo atentamente o bailado das costelas
    Procurando nelas pistas para decifrá-las na sua condição de ideogramas;
    A cerimônia avança e quando sou confrontado com os dois planos de ritualização
    (o altar e a mandala)
    espontaneamente sou capturado pelo primeiro
    e de lá já não consigo me libertar;
    os cantos e os sons dos tambores vão me enlevando, hipnotizando,
    e no meu entorpecimento
    o altar inteiro é reduzido à figura dilatada de apenas uma sacerdotisa:
    a da esquerda;

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  10. PARTE 6

    ela reina soberana no altar com sua voz e sua ginga
    sutil, tornando-se a própria manifestação da santidade;
    assim enlevado sou seu prisioneiro até os ritos finais
    quando no centro da mandala surge a imagem do dragão
    forjada no concreto frio, nas muralhas sólidas de nossa humanidade ignóbil;
    Felizmente a imagem da sacerdotisa está ali me amparando;
    E colocada no plano elevado me aponta a possibilidade de transcender
    Para outras formas de percepção;
    O término do ritual é súbito;
    E com a certeza de que precisava digerir daqueles segredos sagrados
    Na mais plena solidão, sigo de volta pra casa sem trocar idéias
    Sem conversar com ninguém;
    Guardei aqueles fragmentos de santidade vivenciados ali
    para só compartilhá-los agora;
    ainda que de forma pouco clara ou objetiva;
    Mas este talvez seja um dos mistérios da natureza do sagrado
    Ele não pode ser descrito com palavras;
    Deve ser vivenciado com entrega e devoção.

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  11. Queridos,

    segue o link para minha postgem no meu blog.
    Tô precisando de umas imagens para colocar lá. Assim que der eu arrumo.

    Beijos e parabéns!!!

    HUDSON

    http://curiadarte.blogspot.com/2010/05/ponta-de-lanca.html

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  12. Depois de assistir o espetáculo, passei dias pensando nele.
    Digerindo-o...
    Maravilhoso!
    Parabéns a todos!

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  13. Corpo Santo: uma experiência estética e não só e tanto: meu reencontro com o sagrado, com a minha religiosidade, o meu desconhecido, meu divino mistério interior...impossível, senhores, falar deste espetáculo como a espectadora que não fui, ainda que muito desejasse ter contemplado da platéia, à italiana, as formas em cores e sonoridades que Corpo Santo nos expunha...
    ...como uma cantente a Ogum, a São Jorge, compondo o coro cênico do espetáculo, eu era mais um elemento, mais um símbolo azul daquele ritual...nele, todos os elementos da linguagem cênica foram muito bem concebidos, sempre a ressaltar a dimensão simbólica...
    ...Rodrigo, com seu corpo-energia, seu corpo-imagem que se expandia tanto a conseguir nos tocar, pegando nossa mão, levando-nos para bailar no centro da mandala...num movimento infinito...e era Leonel Ferreira, meu querido Léo, a conduzir sua dança, conduzir nosso canto, conduzindo magistralmente todos nós...
    ...Tainah, minha mana, resolvendo tudo com flávio, fazendo os contatos, conseguindo espaço na mídia para a divulgação, nossos lanchinhos deliciosos...
    ...todos, todos maravilhosos: Paturi, Júnior, Alemão, Welersson, Dina, Érika, Tiaguinho, Aníbal, Blá, Cléber...era Ogum abrindo nossos caminhos!!!
    ...Nosso trabalho foi belo,queridos, belo!!!
    ...Obrigada sempre!!!
    ...Axé!!!
    Saravá Ogum!!!

    moahra fagundes.

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  14. Um espetáculo e tanto. Curto, mas o necessário pra uma boa reflexão sobre os monstros que enfrentamos e por vezes, somos; além de experimentarmos do contagiante trabalho corporal que o Rodrigo desenvolve. Maravilhoso! Vale conferir.

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